segunda-feira, 16 de abril de 2007

Morreu...


A noticia corre depressa. Tal como corre vento, como cai chuva, como passa tempo. Ela corre. Corre demasiado depressa para quem não suporta a ideia da sua existência, de ter que a ouvir chegar...nos seus passos cinicos. Desta vez também correu.


- Sabes uma coisa?

- O quê?

- Olha ele morreu,esta noite...Teve um acidente de carro e morreu.

- Foda-se!!! Tás a gozar? (Como se alguém fosse gozar...)

- Não!


Negação seca! É realidade, a morte chegou de tão imprevisivel que é a vida. Chegou, parou e levou. Levou vida, juventude, levou tudo o que podia levar. Deixou um corpo apenas. Vazio de vida, de sorrisos, de lágrimas. Deixou um corpo cheio de nada. Carrega de tristeza vidas de um momento para o outro. Não pergunta se pode, se deve...Carrega apenas. E no mesmo jeito cinico com que chegou, no mesmo modo parte.


Lido muito mal com a morte, odeio não perceber as coisas, não entender porquês. A morte é isso mesmo, é um porque sim. Não tem justificação, é e pronto. É por isso que a odeio, por não conseguir entender esse porque sim. De um momento leva assim alguém...Ainda nem dezoito anos tinha...PORQUÊ??



PORQUE SIM...

quarta-feira, 11 de abril de 2007


-Amas-me?


-Que é isso de amar?


-Não sei. Interessa?


- Não. Nós interessamos...


- Diz que me amas


-Acordo contigo a meu lado,

mesmo sem lá estares.

São horas a olhar para ti,

enquanto dormes,

quando te passeias diante de mim,

quando te despes,

quando te vestes.


-Só isso?


-Que queres mais?


-Que me ames...apenas amar.


-Mas eu amo...que nem te passa.

Deixei que me prendesses.

Esse olhar,

essa forma de agir.

Cativas-me quando me tocas sabes?

Penso em ti...por vezes, demasiado,

mas que interessa isso?

Nada...eu tu o mundo.

Limiar de perfeição.


-Gosto do que dizes.


-Gosto que me faças perder no teu amor.


-Perde-te mais por favor...


-Não me peças isso,

não me peças o que eu quero fazer.


-Vais amar-me sempre?


-Não sei...amar-te-ei a eternidade de cada momento.

De cada momento em que estivermos juntos.

Porque não sei o que é o amor.

Não sei porque se chama assim.

Deixa-me estar apenas...consome-me.

Que eu amo-te.

Não tenho medo como tinha,

porque afinal, tudo não passa de amor.