A noticia corre depressa. Tal como corre vento, como cai chuva, como passa tempo. Ela corre. Corre demasiado depressa para quem não suporta a ideia da sua existência, de ter que a ouvir chegar...nos seus passos cinicos. Desta vez também correu.
- Sabes uma coisa?
- O quê?
- Olha ele morreu,esta noite...Teve um acidente de carro e morreu.
- Foda-se!!! Tás a gozar? (Como se alguém fosse gozar...)
- Não!
Negação seca! É realidade, a morte chegou de tão imprevisivel que é a vida. Chegou, parou e levou. Levou vida, juventude, levou tudo o que podia levar. Deixou um corpo apenas. Vazio de vida, de sorrisos, de lágrimas. Deixou um corpo cheio de nada. Carrega de tristeza vidas de um momento para o outro. Não pergunta se pode, se deve...Carrega apenas. E no mesmo jeito cinico com que chegou, no mesmo modo parte.
Lido muito mal com a morte, odeio não perceber as coisas, não entender porquês. A morte é isso mesmo, é um porque sim. Não tem justificação, é e pronto. É por isso que a odeio, por não conseguir entender esse porque sim. De um momento leva assim alguém...Ainda nem dezoito anos tinha...PORQUÊ??
PORQUE SIM...