quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Doia-te por dentro nesse dia,a tua alma era o reflexo de um céu demasiado apagado de estrelas, de um céu escondido num jeito timido que teimavas em usar como máscara. Tantas vezes te disse, não tenhas medo desse precipicio...nele a queda, não te magoa,pelo contrário, não tenhas medo, salta nele....salta apenas. Mas refugiavas-te nesse medo que passavas a usar como uma droga como outrora também tu foste para mim, como risco traçado à luz de nota enrolada por mim,por ti....por quem quer que fosse. A droga que me levava a cair num abismo dentro da minha própia alma, numa queda desenfreada contra um tempo que parava com o teu toque, um tempo que ainda assim passava demasiado depressa quando deveria andar parado, pelo menos controlado. Um tempo onde me perdia enquanto me ria que nem louco desse teu medo que jamais iria entender, afinal quem se deixava consumir era eu, não tinha que ter medo.
É a última imagem que tenho de ti, a despedida, a última vez que te vi sorrir. Aí vi, era a mim que me doia...sabia que não te ia tornar a ver. Era eu que tinha medo, eu que temia deixar-me cair no precipicio diante de nós, esse que saltaste sem hesitar. E eu fiquei. A ver-te cair,ouvindo-te sorrir, lendo nos teus lábios o meu nome. Chamavas-me. E ainda assim não cai. Quem teve medo fui,só eu.
.................................só...................eu........

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Eu,estrela.


Lembra-te,nunca te esqueças...eu sou aquela estrela pequena que mal se vê...aquela insignificante que brilha timidamente por entre o brilho ofuscante das restantes...mas sou aquela que jamais deixará de brihar para ti.Porque serei sempre aquela insignificante que brilhará para ti,que te vai proteger sempre do alto do meu pequeno mundo,e acredita estarei sempre lá.E quando precisares de mim chegarei até como brisa intocável,serei aquele arrepio suave que traz frio ao teu corpo,que te trará proteccção.
Não te preocupes,para ti,por ti estou aqui,não te abandono.


Serei sempre aquela tua estrela pequenina...a mais simples todas....mas são as coisas simples que mais interessam e tu sabes disso...

Lembras-te?

Dou por mim a lembrar o passado como se de um sonho se tratasse...um sonho daqueles que se sonham sem sequer fechar os olhos...daqueles que nos lembram tudo o que poderiamos ter sido no passado,tudo o que ficou por fazer....todas aquelas palavras que se revelaram
barreiras impossiveis de ultrapassar...as mesmas que ficaram por dizer.Essas permaneceram demasiado timidas em mim,caladas com medo de se assustarem perante reacções que eu próprio jamais entenderia.
Gostava de um dia poder controlar o mundo,o meu o vosso,o teu...o destino de todos.Fazer nascer cão de galinha,que maçãs fossem camelos,que tu te mostrasses em nuvens como aquelas em que vejo tudo aquilo que me apetece,como aquelas em que liberto a minha imaginação e nela me permito dar as asas que sempre desejei e por fim...voar.
Voar como só tu me conseguiste ensinar,deixar que o vento me toque como tu me soubeste tocar...suavemente.Perco-me sonhando nesse voo...por meros instantes agarro de novo tudo o que deixei fugir,tudo o que perdi...e no entanto a sensação é exactamente a mesma...o vento a tocar-me a face,a paz,que desconheço sem ser contigo, que me envolve...sinto tudo,mas no entanto nada é real,sei que não é.E tudo porque não sei como controlar o mundo.
Sento-me e imagino-te aqui a meu lado,prestando-te a apagar de mim tudo aquilo que quero e que não consigo esquecer...e eu nem preciso de te pedir isso.Tu sabes exactamente o que eu preciso,basta que te olhe.Lanças-me um olhar furtivo e ris-te na minha cara.Serei eu tolo por sonhar assim?Pelo menos é o que penso ser a tua opinião.Calas-me os pensamentos com um beijo e esvaneces como se esvanece o cigarro que tenho na mão...apagado,não sei desde quando.
Parece que se passou uma eternidade desde que me pus a sonhar e resolvo acordar...olho-me ao espelho e atrás de mim estás tu,a sorrir de malandra,como sorri quem foge a brincar.

Agarras-me e perguntas-me se me lembro de nós...........................................................................................................
.............................................não esqueço o que amo

Se acordasse...agora...

Acordo subitamente! Nada me rodeia,mas tudo me parece mais e mais assustador,tudo aquilo que vejo e sobretudo tudo o que teimo em não querer ver me parece assustadoramente real,como forma dos meus mais escondidos medos! Quero fechar os olhos, sair daqui, o que quer que seja aqui....mas não sei sair,não sei sequer onde estou. Assusta-me não saber controlar tudo a minha volta, assusta-me olhar para trás e ver que sou controlado por algo que não posso atingir,algo que não sei como entender.Levanto-me por fim.Caminho por pegadas que me parecem muito familiares,à minha volta um cheiro doce,que me envolve suavemente,que me acompanha enquanto ando passo após passo como deveria ter sempre feito...Mas não,era mais fácil caminhar escondendo passos que não queria dar,passos que julgava inúteis,passos a que não dei importância e que acabaram a rir-se de mim,da minha ingenuidade, da minha (talvez) estúpida maneira de querer ver as coisas,de querer viver.
Resta-me agora caminhar envolto neste cheiro que mais parece penumbra ameaçadora e no entanto é-me tão familiar, ao ponto de ficar a instantes de me lembrar o que é.
Talvez tivesse sido feliz acordado, se me lembrasse do que era este cheiro suave,quase ématernal,quase protector...talvez se não tivesse,mais uma vez,fechado os olhos a isto também.
Talvez....ecoa esta palavra,repetida vezes sem coonta...enlouqueço...não a quero ouvir magoa-me de uma maneira estranha....ja não posso voltar atrás...acordei.Acordei para algo que não conheço...mas não quero mais isto.


quero-te a ti,já sei que raio de cheiro era este....era o teu cheiro
não me importo de acordar...
desde que estejas lá...
para mim...
e que por fim...
não existam mais talvez...
que estejas apenas...
comigo...
é só isso que preciso...
tu......................................................................................................................................................................

Faz o que te peço...deita-te.

Deita-te.
Deixa-te embalar por essa brisa,
que te transborda,
que te invade,
como invade o mar uma baia.
Uma baia de sonhos,
de desconhecido,
de pensamentos intermináveis,
iluminados por um pôr-do-sol fantasma,
em que ambos acreditamos,
sem saber sequer se existe.
Porque contigo,
é tudo uma estranha forma de amar,
de sentir as coisas,
de ver o que está para além do possivel.
De fazer o impossivel regredir,
até um simples olhar.
Porque a vida é um segundo.
É um segundo,
infinito se assim a quisermos.
E eu quero.
Quero ser o tempo que não pára,
mas que também não acaba.
Quero ser o teu tempo,
o teu infinito,
quero tocar-te,
ver-te,
sentir-te.
Tudo,sem que sonhes sequer com isso.
Quero que te espelhes em mim,
que atravesses o meu corpo,
pairando numa espécie de transe,
inatingivel aos demais,
normal para nós,
que nos tornámos num vicio comum,
repleto de prazer,
sedento de mais, muito mais.
Nada tem que acabar,
porquê acabar,
o que não queremos que comece.
E nós não queremos o começo do fim.
Queremos o inicio,o antes,
queremos o durante.
Queremos que tudo isso dure,
sem palavras,
em emoções,em sorrisos.
Que também isso,
seja o infinito num momento,
a imprevisibilidade da eternidade,
que seja algo de inexplicável,
profundo como só o teu respirar consegue ser.
Acamado,
em promessas desmentidas,
em actos ou omissões,
que não se querem,
que se desejam.
E eu não te quero.
Desejo-te.
Desejo-te num mundo só meu,
onde te possa por fim encontrar,
dizer-te o que sinto.
Onde te possa embalar no meu colo,
enquanto permito que te toquem as nuvens,
como eu te toco,
do mesmo modo,
que tentem,
não conseguirão,
porque eu e tu, um só.
Quero ser tudo o que ainda não sou,
o que ainda não fui com ninguém.
Quero ser uma gota de água,
a que te molha suavemente,
que te toca os seios,
que desliza na tua barriga,
atraida por um doce caminho,
atraida por algo de muito sincero,
de muito especial.
Algo que não se pode explicar,
algo que se sente apenas.
Quero ser a gota,
que em ti transborda como se oceano fosse,
no qual te deixas afogar,
sem medo,
de não respirar.
Porque sabes que não te abandonarei,
porque serei os teus (j)olhos,as tuas mãos.
Por fim serei tu,
seremos um só,
unidos,entrelaçados,
enfeitiçados por doce melodias,
cantadas em linguas que não existem,
em linguas que só nós entendemos,
linguas que falamos sem sons,
sem voz.
Porque não precisamos nada disso,
por que nos temos a nós,
porque temos este jeitinho especial um com o outro,
algo de único,
de muito simples,
que torna possivel a súbita perfeição....
....NÓS..............................................
porque quando tudo isto acontecer,
nós seremos a estrela mais pequena,
a mais simples,
aquela que é insignificante,
mas seremos a mais brilhante,
a verdadeiramente especial.....
Eu e tu.....UM....
Pelo menos fomos...