sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Faz 1+1=1...

Agarro a garrafa que um dia partilhámos.Agora...nada, vazia. Antes cheia, por nós. E agora, por agora, para sempre, vazia...não a suporto assim. Escrevo o teu nome em pedaço de papel, escrevo-o consciente de que é a última vez que o faço desta maneira, tão sentida, por pouco...poética.
Na garrafa, meto esse papel que transporta o teu nome, palavras que escrevi consciente da solidão e saudade em que agora me vejo. Lanço-a ao mar, e vejoa-a flutuar, embalada por oondas que crio ao sabor da tua memória. Só assim te posso embalar agora. Acabaram-se os momentos, em que a teu pedido te embalava docemente com miminhos na cabeça...acabaram-se por fim eu sei... odeio saber isso. Aqueles momentos em que ficava a ouvir a tua respiração, que contigo ia adormecendo até mal se ouvir. Especiais, só assim defino esses momentos. Os momentos em que sonhavas comigo, em que te protegia de nada, em que me reconfortava a tua presença.
Vejo a garrafa afastar-de mim, aos poucos, depasiado depressa porque te adoro. Perco-a de vista. Sei que partes com ela, que não voltarás de novo para o meu colo. Só te queria a ti. Afasto-me agora do mar, ele encarregar-se-á de te levar para bem longe, para onde, sei, que também tu passarás por esta solidão e sofrerás com a saudade. Sei...espero que sim, que saiba. Caminho por instantes, e já não suporto a tua ausência, incomoda-me mais esta saudade, que me incomoda qualquer outra coisa. Não suporto a tua falta, coisinha que quero esquecer. Odeio a tua ausência, apetece-me saltar para o mar e abraçar de novo esse pedaço de papel com o teu nome para sempre. Abraçá-lo e guardá-lo para sempre junto de mim, como memória singela de tudo o que foste. grito uma última vez que te amo, sei que não ouvirás essas palavras, agora sem sentido. Ao menos tentei que as ouvisses. despeço-me desse mar, dessa garrafa, despeço-me de ti a chorar.Não te tornarei a ver, e só ficará uma coisa por dizer...preciso de ti, preciso mesmo. Afasto-me e entro no mundo ao qual já não pertences, no qual me sinto estranho sem ti,o mundo que tu fazias ter sentido, onde foste a melhor coisa que me aconteceu. Queria outra vez um minuto do que tivemos, um minuto eterno...bastava-me isso e era feliz. Porque agora sei, o que sinto por ti jamais sentirei por alguém...isso também nunca to disse.
Silêncio, lágrimas, solidão, tu...volta e não deixes que tudo acabe. Contigo, um passo para a felicidade, um passo para me perder de novo...Faz-me perder para sempre...contigo.

2 comentários:

happiness...moreorless disse...

Não gosto da palavra "sempre" nem "para sempre" nem "tempo"...não gosto de palavras que me roubem o meu espaço, daquelas que parece que nos vão impedir de viver, daquelas que nos limitam as decisões.
"E agora, por agora, para sempre"
Dizes isso, mas não sabes! Não podes saber...
"coisinha que quero esquecer"
Não sei quem queres esquecer, não sei porquê, não sei porque tens o dom de transformar tudo numa coisa mais complicada, mais difícil.
Queria ler nos teus olhos às vezes e não neste blog. Mas tu dizes que foi a última vez, para ti, é sempre a última vez para tudo. Para ti, as coisas são impossíveis! Eu não gosto de coisas impossíveis também.
De que precisas tu mas que queres esquecer? Porque fazes isso? Porque nunca lutas pelo que queres...?

Gosto das tuas palavras...mas
não gosto do que significam, não gosto de saber que não lutas, que escreveste assim esse nome e o atiraste ao mar, não gosto de saber que viraste as costas com lágrimas nos olhos mas que nem isso te faz voltar atrás.

Tens contradições no teu texto, mas uma coisa é certa, prefiro a frase final =)

*****

I like joints and words disse...

as tuas palavras têm a capacidade de nos transportar no tempo de nos fazer mergulhar num passado que julgavamos esquecido ..gostei