terça-feira, 28 de novembro de 2006

Faz o que te peço...deita-te.

Deita-te.
Deixa-te embalar por essa brisa,
que te transborda,
que te invade,
como invade o mar uma baia.
Uma baia de sonhos,
de desconhecido,
de pensamentos intermináveis,
iluminados por um pôr-do-sol fantasma,
em que ambos acreditamos,
sem saber sequer se existe.
Porque contigo,
é tudo uma estranha forma de amar,
de sentir as coisas,
de ver o que está para além do possivel.
De fazer o impossivel regredir,
até um simples olhar.
Porque a vida é um segundo.
É um segundo,
infinito se assim a quisermos.
E eu quero.
Quero ser o tempo que não pára,
mas que também não acaba.
Quero ser o teu tempo,
o teu infinito,
quero tocar-te,
ver-te,
sentir-te.
Tudo,sem que sonhes sequer com isso.
Quero que te espelhes em mim,
que atravesses o meu corpo,
pairando numa espécie de transe,
inatingivel aos demais,
normal para nós,
que nos tornámos num vicio comum,
repleto de prazer,
sedento de mais, muito mais.
Nada tem que acabar,
porquê acabar,
o que não queremos que comece.
E nós não queremos o começo do fim.
Queremos o inicio,o antes,
queremos o durante.
Queremos que tudo isso dure,
sem palavras,
em emoções,em sorrisos.
Que também isso,
seja o infinito num momento,
a imprevisibilidade da eternidade,
que seja algo de inexplicável,
profundo como só o teu respirar consegue ser.
Acamado,
em promessas desmentidas,
em actos ou omissões,
que não se querem,
que se desejam.
E eu não te quero.
Desejo-te.
Desejo-te num mundo só meu,
onde te possa por fim encontrar,
dizer-te o que sinto.
Onde te possa embalar no meu colo,
enquanto permito que te toquem as nuvens,
como eu te toco,
do mesmo modo,
que tentem,
não conseguirão,
porque eu e tu, um só.
Quero ser tudo o que ainda não sou,
o que ainda não fui com ninguém.
Quero ser uma gota de água,
a que te molha suavemente,
que te toca os seios,
que desliza na tua barriga,
atraida por um doce caminho,
atraida por algo de muito sincero,
de muito especial.
Algo que não se pode explicar,
algo que se sente apenas.
Quero ser a gota,
que em ti transborda como se oceano fosse,
no qual te deixas afogar,
sem medo,
de não respirar.
Porque sabes que não te abandonarei,
porque serei os teus (j)olhos,as tuas mãos.
Por fim serei tu,
seremos um só,
unidos,entrelaçados,
enfeitiçados por doce melodias,
cantadas em linguas que não existem,
em linguas que só nós entendemos,
linguas que falamos sem sons,
sem voz.
Porque não precisamos nada disso,
por que nos temos a nós,
porque temos este jeitinho especial um com o outro,
algo de único,
de muito simples,
que torna possivel a súbita perfeição....
....NÓS..............................................
porque quando tudo isto acontecer,
nós seremos a estrela mais pequena,
a mais simples,
aquela que é insignificante,
mas seremos a mais brilhante,
a verdadeiramente especial.....
Eu e tu.....UM....
Pelo menos fomos...

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