quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Doia-te por dentro nesse dia,a tua alma era o reflexo de um céu demasiado apagado de estrelas, de um céu escondido num jeito timido que teimavas em usar como máscara. Tantas vezes te disse, não tenhas medo desse precipicio...nele a queda, não te magoa,pelo contrário, não tenhas medo, salta nele....salta apenas. Mas refugiavas-te nesse medo que passavas a usar como uma droga como outrora também tu foste para mim, como risco traçado à luz de nota enrolada por mim,por ti....por quem quer que fosse. A droga que me levava a cair num abismo dentro da minha própia alma, numa queda desenfreada contra um tempo que parava com o teu toque, um tempo que ainda assim passava demasiado depressa quando deveria andar parado, pelo menos controlado. Um tempo onde me perdia enquanto me ria que nem louco desse teu medo que jamais iria entender, afinal quem se deixava consumir era eu, não tinha que ter medo.
É a última imagem que tenho de ti, a despedida, a última vez que te vi sorrir. Aí vi, era a mim que me doia...sabia que não te ia tornar a ver. Era eu que tinha medo, eu que temia deixar-me cair no precipicio diante de nós, esse que saltaste sem hesitar. E eu fiquei. A ver-te cair,ouvindo-te sorrir, lendo nos teus lábios o meu nome. Chamavas-me. E ainda assim não cai. Quem teve medo fui,só eu.
.................................só...................eu........

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